quarta-feira, 13 de maio de 2015
sábado, 2 de maio de 2015
JORNAL O CORETO - Edição Histórica
Prezados Leitores
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terça-feira, 7 de abril de 2015
Falo aos meus
parentes com autoestima em dizer depois de mais de um século, quando os nossos
antecedentes emigrantes de Pernambuco como passagem pelo Rio Grande do Norte, e,
aqui chegaram na metade do século dezenove, a esta terra de Cosme e Damião,
nossos padroeiros, fomos abençoados, e em nossa humildade construímos uma
verdadeira família, como tantas outras famílias de merecidas homenagens, sejam
feitas, por isso, o que estar por acontecer, em Pereiro, no dia 4 de janeiro de
2015, o marco de um povo simples, que grita por liberdade e igualdade, em
plenitude do dever comprido com cidadãos, pedindo a Deus que o amor reine entre
nós.
Filhos de Pereiro
em todos os lugares dessa nação, há um Cavalcante, edificando na modesta
participação social, política e principalmente na tarefa educacional, afeito
aos desígnios da história.
Nosso primeiro
encontro é histórico. Orgulho-me, particularmente, acreditando que todos sintam
o mesmo, e desde já agradecer a todos que se fizerem presente, os ausentes,
tantos por motivos mais do que justos, o nosso obrigado de coração.
Antônio Rilmar Cavalcante
domingo, 22 de março de 2015
1º Encontro da Família Cavalcante em Pereiro - CE.
1º Encontro da Família Cavalcante em Pereiro - CE.
O 1º Encontro da Família Cavalcante, idealizado e realizado pelas guerreiras Meyber, Ronizalba, Deybe e Oneide, e com a cooperação de Rilmar, Wilson, Naldo, Romilton, Tércio, Fábio, Carlos e Danilo; todos lídimos Cavalcante e com a aceitação de todos da família.
A programação do 1º Encontro da Família Cavalcante, primorosamente elaborada, constou de: mensagem de boas vindas pronunciado pelo Professor Carlos Cavalcante, do Ereré e pela farmacêutica Nara Íris Benevides que é Cavalcante, vinda de São Paulo para participar do Evento; em seguida foi realizada a chamada de um representante de cada linhagem da família para compor a Mesa de Honra; entrada e hasteamento do Brasão Oficial da Família Cavalcante conduzido por Lucas Cavalcante Pinheiro e Eliza Hanna Cavalcante Carvalho; entoação do Hino especialmente preparado para o Encontro por Débora Cavalcante (com letra de Rilmar Cavalcante e arranjo de Ronir Cavalcante); convidado o Professor Jobenemar Carvalho, proferiu uma bela alocução, discorrendo sobre o Encontro, sendo calorosamente aplaudido e finalizando-a com uma bela mensagem musical de Débora Cavalcante.
Como começou a nossa história, quem somos, de onde viemos? Como a família Cavalcante chegou ao Brasil? O Professor, Físico e Poeta Rilmar Cavalcante fala do histórico da origem pernambucana da Família. E como chegamos em Pereiro? Foi exibido um vídeo comentado pelo nonagenário Francisco Alves Cavalcante (Chico de Mundim). Com fundo musical foi apresentado o resumo biográfico de algumas linhagens. O convidado especial octogenário Valfrido José de Carvalho recitou o belo poema "A Distribuição dos Pães" do ilustre poeta Jaguaribano Sinobilino Pinheiro. Prosseguindo a Professora Maria do Socorro Rodrigues (Macorra) que é uma lídima Cavalcante declamou o lindo e tocante poema JACY, encenando com a octogenária Maria Cavalcante (Maria de Peto) o Soneto "REMEXE PRO DELEGADO" que arrebatou a calmaria dos presentes. Seguiu-se a Dinâmica do Abraço realizada pela professora Maria das Graças também lídima Cavalcante, quando todos se congratularam afetuosamente. Seguiu-se o jantar preparado, manipulado e servido por Eneida Carvalho que também é Cavalcante. Para fechar o evento com chave de ouro, iniciou-se uma seresta com a participação do ínclito Maestro Roberto Campos e a cantora Ester Rute.
O Senhor foi muito generoso conosco. ADSUMUS, até nosso próximo Encontro!
Texto: José Wilson Cavalcante; adptação Ronizalba Cavalcante.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Quem somos? De onde viemos? Cavalcanti: a saga da maior família do Brasil
Cavalcanti: a saga da maior família do Brasil
Como o casamento entre um nobre florentino e uma mameluca pernambucana deu origem ao poderoso clã dos Cavalcantis, a maior família do país.
Milhares de turistas brasileiros que visitam Florença para conhecer sua famosa catedral ou admirar as obras da Renascença na Galeria Uffizi não costumam prestar atenção na placa de rua da Via Porta Rossa, uma pequena travessa da Via dei Calzaiuoli – essa, sim, conhecida, por causa de suas lojas, como a mais animada da cidade. Logo abaixo da placa de mármore da Via Porta Rossa, há outra menor, indicando que a rua já foi chamada de Via Cavalcanti, nome de uma tradicional família florentina cujos antepassados enriqueceram com o comércio e, entre os séculos 11 e 16, ocuparam postos importantes na cidade. Dentre os Cavalcantis de Florença, o que ficou mais conhecido foi o poeta Guido Cavalcanti, amigo de Dante Alighieri, que não apenas lhe dedicou um soneto como também citou a família na Divina Comédia (ainda que tenha colocado os Cavalcantis no inferno, assim como a maioria das famílias ricas de Florença). Após o século 16, contudo, o sobrenome Cavalcanti entrou em declínio na Europa e hoje é difícil encontrá-lo na cidade italiana. Em compensação, quando o jovem florentino Filippo Cavalcanti decidiu atravessar o Atlântico em algum momento da década de 1560 para operar engenhos de açúcar em Pernambuco, ele fundou, sem saber, aquela que hoje é considerada a maior família brasileira.
Maior família brasileira? Mas esse posto não deveria pertencer aos brasileiríssimos “Silva”? “Na verdade, o sobrenome Silva é mais numeroso, mas os Silvas são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral”, afirma Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia.
Ele concluiu que a família Cavalcanti (ou Cavalcante, a variante aportuguesada) é a maior do país após pesquisar por mais de dez anos os descendentes das primeiras famílias a chegar ao Brasil. “Tomei como ponto de partida as famílias brasileiras no início da colonização e identifiquei o número de descendentes por volta do século 17”, diz o genealogista. “Nesse período, os descendentes de Filippo Cavalcanti já apareciam às centenas, numa expansão impressionante.” Mas, afinal, qual a origem de Filippo Cavalcanti e o que o teria feito trocar Florença, uma das cidades mais ricas do mundo, pela distante Pernambuco?
Se hoje os consumidores aguardam com ansiedade por um novo lançamento da Apple, no século 16 boa parte do mundo desejava os produtos importados por Florença. Centro artístico e financeiro do planeta, as casas de comércio da cidade tinham sucursais espalhadas pelas principais capitais europeias, de onde negociavam artigos de luxo, como tecidos caros, obras de arte de grandes artistas da Renascença.
E, especialmente, faziam empréstimos e outras transações financeiras que deram origem aos bancos modernos. Uma dessas casas florentinas que operam em Londres, a Bardi e Cavalcanti, era comandada pelo pai de Filippo, Giovanni Cavalcanti, e tinha como principal cliente o próprio rei da Inglaterra. Além de famoso pelos 6 casamentos, Henrique 8º era músico e poeta. Enfim, um monarca de gosto refinado e ávido por trazer à sua corte um pouco do esplendor artístico das cidades italianas. Para isso, contava com Giovanni, que mantinha correspondência com gente como Michelângelo e é citado pelo primeiro biógrafo dos artistas italianos, Giorgio Vasari, no livro As Vidas dos Artistas, pela encomenda de uma obra do pintor Rosso Fiorentino. Recentemente, o pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, coautor do livro Os Cavalcantis: na Itália, no Brasil, encontrou num arquivo de Florença uma carta de Henrique 8º endereçada a Giovanni em solidariedade a um confisco de bens de que sua casa comercial fora alvo em Florença.
Mas, se a vida de Giovanni Cavalcanti é relativamente bem conhecida, as razões que trouxeram seu filho Filippo ao Brasil permanecem vagas. Sabe-se que em 1558 ele se encontrava em Lisboa quando pediu uma Certidão de Nobreza ao duque Cosimo de Medici, que respondeu atestando que os Cavalcantis em Florença “resplandecem com singular nobreza e luzimento”. Enfim, uma carta de recomendação importante em um tempo em que a linhagem familiar valia bem mais para o mundo dos negócios do que hoje vale um MBA de Harvard. Até agora, há duas hipóteses sobre a viagem do jovem Filippo ao Brasil – e não necessariamente excludentes. A primeira, clara, era o interesse no comércio de açúcar, que apesar da recente expansão de produção ainda era considerado um artigo de luxo na Europa. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, após viver dois anos na Itália na década de 1950, ensinando na Universidade de Roma, escreveu um artigo sobre os projetos de colonização e comércio toscanos no Brasil durante o tempo do grão-duque Fernando I (1587-1609), mostrando como a costa brasileira já estava na mira dos italianos há tempos. Antes mesmo de o Nordeste se tornar uma potência mundial na produção do açúcar, o interesse comercial dos italianos nas técnicas de plantio, produção e refino fez com que muitos viajassem para as ilhas portuguesas no Atlântico, que serviram de modelo para a futura colonização do Nordeste. Assim como fariam mais tarde os holandeses, comerciantes de Gênova, Florença e Veneza eram especialistas na importação desses artigos do Novo Mundo para reexportá-los com boa margem de lucro para o resto da Europa.
Além do interesse no açúcar, outro motivo que pode ter trazido Filippo ao Brasil foi buscar refúgio dassanguinolentas disputas de poder em Florença, descritas pela primeira vez com realismo anos antes por Nicolau Maquiavel. No lugar de um poder central forte nas mãos de um monarca, a exemplo de outros nascentes Estados europeus, como Portugal, França e Espanha, o poder na instável República Florentina só era alcançado por meio de conchavos e arranjos políticos bancados pelas famílias mais ricas da cidade. Em meio a esse sistema de rodízio de mando, nem mesmo a toda poderosa família Medici estava livre de golpes, conspirações e tentativas de assassinato, que ocorriam em qualquer lugar. Em 1478, por exemplo, o jovem Juliano de Medici foi assassinado em plena catedral de Florença, alvo de um atentado planejado pela família Pazzi – que também pretendia matar o irmão de Juliano, Lorenzo de Medici, que se salvou ao conseguiu se esconder na sacristia. Em 1559, ano em que Filippo Cavalcanti já estava em Lisboa, outra conspiração contra os Medicis, desta vez para assassinar o grão-duque Cosimo 1º, foi descoberta a tempo.
Conhecida como conspiração Pandolfo Pucci (pelo membro da família Pucci que tomou parte e foi condenado à morte), o planejamento teria contado com participantes de outras famílias, incluindo Bartolomeu Cavalcanti, parente de Filippo. “Ainda que Filippo Cavalcanti não tenha tido nenhuma ligação com o atentado, era prudente que permanecesse longe de Florença”, diz a historiadora Rosa Sampaio Torres, que estuda as ligações dos clã com os movimentos políticos da época. Segundo a historiadora, a trajetória republicana dos Cavalcantis em Florença teria influenciado os movimentos de inconformismo político que marcariam Pernambuco nos séculos seguintes, por exemplo.
Motivações políticas à parte, o fato é que, no Brasil, Filippo Cavalcanti tratou logo de arranjar uma noiva para se associar às famílias importantes da região. E a jovem Catarina de Albuquerque preenchia tais requisitos. Filha do português Jerônimo de Albuquerque (cunhado de Duarte Coelho, donatário de Pernambuco) com a índia Tabira, Catarina era uma legítima mameluca brasileira. Conta a história que sua mãe salvou Jerônimo de ser morto pelos tabajaras após o capitão português ser atingido em um dos olhos por uma flecha. Ao casar com a índia, Jerônimo selou a paz com os índios e batizou a esposa com o nome cristão de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Com seu casamento, Filippo Cavalcanti não apenas ingressou na família dos donatários portugueses, como também definiu um dos padrões genéticos das famílias brasileiras, segundo pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais, pelas quais 90% dos brasileiros tinham genes europeus do lado paterno e 60%, genes ameríndios ou africanos por parte de mãe.
No total, Catarina e Filippo tiveram 11 filhos (foram 12, mas o primogênito morreu na infância). Um bom número de descendentes, mas não anormal para a época. O sogro de Filippo, Jerônimo de Albuquerque, teve 24 filhos, o que lhe valeu o apelido de Adão Pernambucano. Apesar de a prole de Jerônimo de Albuquerque ser maior do que a do genro, por algum motivo o sobrenome Cavalcanti aparece em maior quantidade nas gerações seguintes”, diz o genealogista Fábio Arruda de Lima, há mais de dez anos dedicado a pesquisar a origem dos sobrenomes de famílias nordestinas por meio dos engenhos da região. Para o genealogista Lima, o sobrenome pode ter se espalhado graças a um reforço feminino. “Muitas mulheres preservaram o sobrenome associado ao do marido, formando relações entre os Cavalcantis e outras famílias importantes, com ramos como Holanda Cavalcanti, Albuquerque Cavalcanti e Acioli Cavalcanti, por exemplo.”
Desde que Fillipo recebeu a doação em 1572 de uma sesmaria para montar o primeiro dos 3 engenhos que viria a ter em Pernambuco, os Cavalcantis se expandiram ligados à açucarocracia local, tendo seus engenhos mais tarde descritos nos relatórios da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654). A tradição perdurou até o século 19, quando um dos ramos da família em Pernambuco passou a ocupar cargos no Império.
É o caso, por exemplo, dos Cavalcanti de Albuquerque, que por mais de uma vez foram presidentes de Pernambuco (o equivalente ao atual cargo de governador), ocuparam cadeiras na Câmara, no Senado e em ministérios importantes de dom Pedro 2º, como o da fazenda e da guerra, e receberam do imperador o título de visconde. De tanto poder, surgiu nesse período uma estrofe que circulava na região: “Quem nasceu em Pernambuco, há de estar desenganado: ou se é um Cavalcanti ou se é um cavalgado”. Quando, na virada do século 19 para o 20, as plantações de café no Sudeste sobrepujaram as de açúcar no Nordeste, os Cavalcantis já haviam se espalhado por todo o país. No momento em que a presença italiana atingiu o apogeu por aqui, quase mais ninguém associava os Cavalcantis ao florentino que, no século 16, saiu da Toscana para fundar engenhos em Pernambuco. Diferentemente dos recém-imigrados da Itália, os Cavalcantis já tinham mais de três séculos de presença no Brasil. Não é à toa que, mesmo quem não tem o sobrenome Cavalcanti pode ser descendente de Filippo. Alguns exemplos: o compositor Chico Buarque de Holanda (descendente dosHolanda Cavalcanti), o escritor Ariano Suassuna (Suassuna foi o nome de um engenho dos Cavalcantis) e o jurista Evandro Lins e Silva. Todos, por sua vez, são primos distantes de PC (Cavalcanti) Farias, do comediante Tom Cavalcante e de outros milhões que tornaram os Cavalcantis uma família brasileiríssima, com ou sem Silva.
AUTOR: Rodrigo Cavalcante
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